sábado, 29 de outubro de 2011

[Indico] Bakuman

E ae, galera? Nós, a equipe, estamos dando início a mais um tipo de postagem aqui no blog, dessa vez, com o intuito de dar nossa opinião a respeito de algumas obras e nada melhor do que dar início a isso tudo com aquela que trata do gênero tão aclamado por todos nós:


Bakuman




Logo que ouvi falar nesse mangá, alguns meses atrás através do meu irmão, não me interessei. Um mangá metalinguístico realmente, apesar de ser inovador, não me pareceu interessante, afinal, estava acostumado aos famosos One Piece, Naruto, Death Note (mesmo sabendo que eram os mesmos autores, nem dei muita bola), ou seja, mangás que envolvem a fantasia, a emoção, o medo logo de cara. Pois bem, a ideia de me tornar um Mangaká vinha com cada vez mais frequência na minha cabeça, mas nunca uni uma coisa a outra, até que criei os tópicos no orkut, fui conversando com o pessoal e recebi acho que mais de 30 indicações pra esse mangá. Comecei a ler e, caramba, fazia tempo que não achava uma obra tão boa, Obata e Ohba conseguem fazer algo que é extremamente difícil, independente do gênero: transformar o comum em interessante. Sim, o comum, afinal, não esqueçam que essa obra é japonesa, ser mangaká é o sonho de inúmeras pessoas por lá. Engraçado como ela se desenvolve de um jeito estupidamente parecido com a realidade até mesmo a da nossa equipe, brasileiros que moram do outro lado do mundo num país em que a indústria de mangás está ficando de pé agora.

A história trata de dois jovens do 9º ano, Mashiro Moritaka e Takagi Akito, com um sonho em comum, unindo seus objetivos e querendo atingi-los a qualquer custo. Para conseguir, precisam ter sua história publicada na melhor revista, dito por eles, de mangás do Japão: a Jump. Aparentemente, não é nada demais, mas é aí que surge o diferencial de Bakuman.

[Emoção]

O emocional deles é abordado de uma maneira muito empolgante, envolvente, nós sentimos, de certa forma, o "viver" de Mangakás. Tristeza, alegria, medo, ansiosidade, esperança, tudo isso é abordado de uma maneira linda e única. Óbvio que em meio a tantos sentimentos juvenis de dois estudantes sonhadores, não poderia faltar o amor. O romance é transmitido de uma maneira muito bela na história, foge do padrão bobo de "triângulo amoroso do menino besta atrapalhado", como ocorre em Katekyo Hitman Reborn, ou do mero ato robótico, diferente de Death Note. O amor é explorado nessa obra de um modo que podemos acompanhar o desenvolvimento desse sentimento, até mesmo o "brotar" dele, sem contar com o relacionamento incomum de Saiko e Azuki. Apesar de que eu digo isso com o tom mais sério do mundo, isso fica expresso muitas vezes em cenas de comédia, fora que, FINALMENTE, há um mangá em que ocorre CIÚME! Caramba, primeira vez em toda minha vida que vejo o ciúme ser abordado num mangá. Tá, admito que é leve, mas ainda sim, é uma grande ruptura com o estilo "to nem aí pra minha mulher" que muitos autores adotam pra tornar a coisa mais "engraçada".

[Traço]

Tá aí mais uma coisa que consideramos lindo: os traços. Incrível a arte das expressões que Obata consegue, do traço cômico em situações embaraçosas e engraçadas ao traço de um nível de detalhes absurdo em momentos de emoção, além de que até mesmo na hora dos personsagens desenharem seus respectivos mangás há uma diferenciação no traço de cada um, dando uma sensação maior ainda de que são pessoas reais, vivendo no mundo real, aliás, que eles fazem questão de deixar bem claro dizendo muitas vezes em alto e bom som (?) "Afinal, isso não é um mangá". Interessante também é o fato de que o desenhista nos dá uma sensação de "cena de ação" quando se pega a caneta ou quando se tenta fazer a história, nos fazendo compreender melhor a sensação de se sentir desafiado a dar o seu melhor em sua função.

[Relação e Mangá]



Lógico que não poderia faltar uma análise sobre o foco de toda a história: a criação do mangá e o relacionamento dos persongens. Bakuman nos mostra basicamente todos os processos envolvidos para a elaboração de um mangá, desde a escolha de canetas até o modo como desenvolver as histórias, o funcionamento do mercado japonês para as histórias, estratégias para melhorá-las, dentre outras coisas desse universo. Uma das coisas mais marcantes da obra é que não são apenas os personagens principais que possuem esse sonho, existem outros Mangakás. Mas, diferente do que podemos imaginar, essas pessoas não são enxergadas como inimigas, mas sim como rivais, chegando a acontecer a ajuda de rivais para o melhoramento da obra do "oponente". A história também deixa bem claro que para realizar o sonho de se tornar um Mangaká, não importa sexo, muito menos a idade, apenas basta trazer uma boa história, dito claramente várias vezes pelos personagens. Outro tipo de relacionamento que merece destaque é o do editor com os Mangakás. A relação, que deveria ser apenas comercial, acaba se desenrolando numa espécie de relação de sensei e aluno muito respeitosa e com uma certa complexidade dentro da cabeça dos editores. Por último, a relação de Saiko e Shujin, uma grande amizade formada, dois amigos que vão se construindo sem perceber devido ao convívio absurdo, cada um suprindo as faltas do outro e ambos esbanjando determinação e esperança, além de que a história nos dá uma visão bem ampla de cada um sobre os acontecimentos de suas vidas, nos dando uma visão mais particular do que a de "dupla".

Bakuman certamente está no topo da minha lista de mangás e acredito que na de muitas pessoas. Uma "complexidade simples" em que tudo está interligado, os traços, as expressões e falas, me deixando muitas vezes parado querendo sentir melhor o que cada um sofre no decorrer do enredo. O título ainda tem muito a apresentar e sempre surpreendendo, surgindo sempre com novos desafios e acima de tudo, ensinando a todos nós que compartilhamos esse sonho um tutorial de "ser Mangaká", indo além do simples entretenimento, nos empolgando com a grande busca da vida de todas as pessoas: os sonhos.

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